Estudos Linguísticos
Veja abaixo as publicações dos docentes da Unidade Acadêmica Especial de Letras e Linguística da Regional Catalão no campo dos Estudos Linguísticos.
CARDOSO, João Batista. Leitura e Produção de Texto: do básico ao universitário. 2ed. Espaço Acadêmico Editora, 2014.
CARDOSO, João Batista. Teoria e prática de leitura, apreensão e produção de texto. 1. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial de São Paulo, 2001.
Escrito por João Batista Cardoso e publicado pela Editora Universidade de Brasília em 2001. Tem o escopo de proporcionar ao estudante e ao estudioso um novo recurso para ler, entender e comunicar, ajudando ao homem sua realização na vida social e individual. Os temas foram abordados numa linguagem simples para facilitar a apreensão do conteúdo.
COELHO, Braz José. A comunicação verbal e suas implicações didático-pedagógicas. Goiânia: Ed. da UCG/Ed. Cultura Goiana. 1. ed, 1984. 160 p.
Na proposição do livro: “Este trabalho é uma reflexão ligeira, sem preocupações nem pretensões de profundidade, sobre a comunicação verbal e suas implicações didático-pedagógicas, sugeridas pelo modelo de comunicação formulado pelo linguista Roman Jakobson para seu estudo das funções da linguagem [...]. Tem-se como certo que uma reflexão sobre o ato da comunicação verbal resulta importante a todo e qualquer professor, não importa a disciplina que lecione. Ainda mais: que no próprio ato da comunicação verbal subjaz uma série de sugestões didático-pedagógicas que, se conhecidas e levadas em conta, muito beneficiam o trabalho do professor e a aprendizagem do aluno.”
COELHO, Braz José. Linguagem: lexicologia e ensino do português. Catalão: Kaio Gráfica e Editora Ltda, 2008. 120 p.
Obra premiada pelo Programa Catalão em Prosa e Verso, instituído pela Prefeitura Municipal de Catalão, Decreto no. 1979, de 30 de abril de 2008, em sua 1ª. Edição (2008). O livro contém 3 ensaios. O dois primeiros pertencem à área das ciências do léxico: lexicografia, o primeiro, e lexicologia, o segundo. O último insere-se no campo da didática, mais especificamente à área do ensino de língua portuguesa. O primeiro contém questões sobre instrumentos lexicográficos – dicionário de língua, enciclopédia, vocabulário, glossário, dicionário terminológico, histórico, inverso, thesaurus, seletivo, exaustivo, gerais e regionais. Além dos tipos verificados, o ensaio procura explicar também a macro e microestrutura – nomenclatura, entrada, lema, forma canônica, rotulações taxionômicas, marcas de classificação e de uso, sistema definitório e abonações. O segundo ensaio procura uma resposta para a questão – que é antonímia, que se entende por antônimos? Para tanto, verifica como o fenômeno é tratado pelos dicionários de língua e de língua especializada, pelas gramáticas, por alguns linguistas, demonstrando a não concordância entre eles. Buscando um caminho possível, trabalha o conceito de eixo semântico e de estrutura elementar, ambos elaborados por Greimas. O estudo procura ir além das simples definição de “palavras de sentidos contrários”. O último ensaio trata do ensino de português nas primeiras séries do Ensino Fundamental. Discute alfabetização, objetivo do ensino de português nessa fase, conteúdos e formas de avaliação, concentrando as discussões principalmente sobre o ensino de leitura, redação e funcionamento da língua portuguesa.
COELHO, Braz José. Unidades Fonológicas do Português. Goiânia: Trilhas Urbanas, 2008. 104 p.
O livro propõe apresentar algumas considerações sobre as unidades fonológicas da língua portuguesa e suas relações com a grafia. Trata-se de pesquisa realizada a respeito das relações existentes entre fonema e letra, isto é, do fonema com sua representação gráfica, contemplando a perspectiva da escrita, e a relação inversa, da letra com o fonema, caracterizando uma abordagem do ponto de vista da leitura.
COELHO, Braz José. Educação e Linguagem: reflexões ligeiras. 2. ed. Goiânia: Trilhas Urbanas, 2007. 132 p.
O livro contém seis ensaios. Na Proposição há o comentário: “Com o título de Educação e Linguagem – reflexões ligeiras, reúno seis trabalhos escritos em épocas diferentes, mas propósitos aproximados [...]. De um modo geral, com eles procuro verificar alguns aspectos e dimensões de dois fenômenos – linguagem e educação – que se acham intimamente relacionados e que constituem matéria e conteúdo de minha prática profissional. E o faço, primeiro, no sentido de procurar compreendê-los melhor; não com mais profundidade e minúcias, mas buscando um pouco de clareza e segurança na compreensão. E, segundo, no intento de estabelecer uma ligação esclarecedora e responsável entre a compreensão desses dois fenômenos e a prática do magistério.”
COELHO, Braz José. Estruturas e funcionamento da Língua Portuguesa. Goiânia: Trilhas Urbanas, 2006. 98 p.
Uma das definições possíveis de língua é considerá-la um sistema de signos e suas possibilidades combinatórias – definição que privilegia o modo pelo qual uma língua se organiza internamente. A escolha da presente definição, como ponto de partida para o presente estudo, deve-se ao material de observação que se pretende verificar – as estruturas que possibilitam a organização e o funcionamento das línguas. O presente trabalho procura encontrar as unidades constitutivas da língua portuguesa e demonstrar o modo pelo qual tais unidades se combinam formando estruturas funcionais que permitam a realização concreta dos múltiplos e variados atos de fala.
COELHO, Braz José. A comunicação verbal e suas implicações didático-pedagógicas. 3. ed. Goiânia: Trilhas Urbanas, 2005. 124 p.
Na proposição do livro: “Este trabalho é uma reflexão ligeira, sem preocupações nem pretensões de profundidade, sobre a comunicação verbal e suas implicações didático-pedagógicas, sugeridas pelo modelo de comunicação formulado pelo linguista Roman Jakobson para seu estudo das funções da linguagem [...]. Tem-se como certo que uma reflexão sobre o ato da comunicação verbal resulta importante a todo e qualquer professor, não importa a disciplina que lecione. Ainda mais: que no próprio ato da comunicação verbal subjaz uma série de sugestões didático-pedagógicas que, se conhecidas e levadas em conta, muito beneficiam o trabalho do professor e a aprendizagem do aluno.”
COELHO, Braz José. Linguagem: conceitos básicos. Goiânia: Trilhas Urbanas, 2005. 122 p.
O livro contém três ensaios. O primeiro propõe uma discussão sobre a ligação entre linguagem, consciência, apreensão e transmissão da realidade circundante. O segundo procura demonstrar o cunho de natureza científica dos estudos efetivados pela linguística. Partindo da afirmação de que a linguística é uma ciência, procura explicar os conceitos de modalidades de conhecimento, ciência, objeto de estudo, material de observação, método, sistema, estrutura, relação e função, a fim de que a afirmação inicial seja justificada. O terceiro procura apresentar alguns conceitos básicos necessários à compreensão do fenômeno linguagem e de seu estudo, não contemplados nos textos anteriores: competência, norma linguística, dialeto, socioleto, idioleto, signo, sintagma, paradigma, procedimento metodológico – são alguns deles.
Outras publicações do professor Braz José Coelho:
FERNANDES JÚNIOR, Antônio; SOUSA, Kátia Menezes de (Orgs.). Dispositivos de poder em Foucault: práticas e discursos da atualidade. Goiânia: Gráfica UFG, 2014. 240p.
A organização deste livro é resultado de algumas inquietações de um grupo de pesquisadores de diferentes lugares do Brasil em face das discussões desencadeadas pela noção de dispositivo em Michel Foucault e das reflexões acerca da produtividade dessa noção em análises dos discursos que constituem a nossa atualidade. O termo “dispositivo” aparece, inicialmente, na obra de Michel Foucault na década de 1970, em sua fase denominada genealógica, como relativo a técnicas, estratégias e formas de assujeitamento postas em ação pelas relações de poder. Considerando que dispositivo tenha sido um termo técnico decisivo na estratégia do pensamento de Foucault, Agamben (2009) informa queele o usa quando começa a pesquisar aquilo que chamava de ‘governabilidade’ ou de ‘governo dos homens’. Foucault explica que o dispositivo é um conjunto heterogêneo que engloba discursos, instituições, organizações arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas; o dito e o não dito, sendo, portanto, a rede que se pode estabelecer entre esses elementos. Em vários de seus escritos, Foucault vai mostrar que os poderes não estão localizados em nenhum ponto específico da estrutura social, pois eles funcionam, antes, como uma rede de dispositivos ou de mecanismos à qual nada ou ninguém escapa. São práticas ou relações de poder que existem de fato, o que significa compreender que o poder é algo que se exerce, efetua-se e funciona discursivamente.
FERNANDES JÚNIOR, Antônio. Entre-lugares do sujeito e da escritura em Arnaldo Antunes. Curitiba: Editora Appris, 2011.
A produção poética de Arnaldo Antunes caracteriza-se pela exploração de diferentes meios de produção e veiculação de poesia no cenário literário contemporâneo. Ao “brincar” com as palavras e com os suportes, o poeta cria, nos poemas, efeitos de estranheza e de simplicidade, que possibilitam outras formas de (re)significar o mundo. Esse movimento entre suportes, entre materialidades e entre textos possibilita-nos apreender diferentes gestos de leitura do poético na atualidade, pois é nos “entre-lugares” que os sentidos se constroem; é nos entre-lugares que o sujeito se constitui; é nos “entre-lugares” que poético se articula com o mundo. A expressão “entre-lugares”, acionada como eixo condutor da pesquisa desenvolvida, vincula-se às reflexões sobre devir e devir-criança na literatura, propostos por Deleuze e Guattari. Os “entre-lugares” configuram-se como o ponto de encontro (o devir) com o outro, com a história e com a linguagem, criando outros espaços de invenção do poético, do sujeito e do mundo.
PAULA, Luciane Guimarães; PAULA, Maria Helena de. (Orgs.). Confluências na linguagem: Língua, discurso e ensino. Goiânia: FAPEG, 2013
Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG, a coletânea, dá a conhecer, sob a forma de livro, a produção das apresentações orais dos autores coordenadores de Grupos de Trabalho, mesas-redondas e conferência do SINALEL - Simpósio Internacional de Letras e Linguística – que, na sua terceira edição, aconteceu entre 11 e 14 de junho de 2013 na Regional Catalão da UFG. Almeja-se que esta seja uma coletânea em que fiquem registradas as convergências entre temas relacionados à língua(gem) em suas diversas facetas. Para isso, organizaram-se os capítulos em três seções, de modo a agrupá-los em interesses dos estudos de língua, com textos sobre fonologia, léxico, filologia e ortografia. O discurso compreende o cerne de outros quatro capítulos, que têm como corpora literatura/série televisiva, literatura de autoajuda, notícias de jornal e inscrições e(m) corpos em protesto de rua. Para dar às questões de ensino a dimensão que lhes cabe nessa tarefa de tomar a linguagem como o ponto para qual se confluenciam os estudos da coletânea, as práticas de ensino de línguas estrangeiras são apresentadas sob a ótica da pedagogia da tradução, as discursividades sobre a fluência em inglês e os desafios que se impõem a alunos e professores e que atuam na construção da identidade profissional, além de discussões sobre variação linguística em um contexto de língua materna.
PAULA, Maria Helena de; PAULA, Luciane Guimarães. (Orgs.). Confluências na linguagem: Língua, discurso e ensino. Goiânia: FAPEG, 2013
Um dos produtos científicos do evento bienal do Departamento de Letras da Universidade Federal de Goiás/Campus Catalão, o SINALEL - Simpósio Internacional de Letras e Linguística – que, na sua terceira edição, aconteceu entre 11 e 14 de junho de 2013 e foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG, a coletânea, dá a conhecer, sob a forma de livro, a produção das apresentações orais dos autores coordenadores de Grupos de Trabalho, mesas-redondas e conferência, as “Confluências na linguagem” giram em torno de aspectos que lhe são caros e têm sido pautas de eventos e publicações do Departamento de Letras: “a língua, o discurso e o ensino”. Os capítulos apontam diferentes posições sobre essa complexa relação entre língua, discurso e ensino e o objeto para o qual se direcionam e do qual se originam: a linguagem. Nos pontos e contrapontos entre as discussões consubstanciadas nos capítulos está a riqueza da diversidade teórica e de abordagem dos dados, que deve caracterizar a vida acadêmica. Igualmente, todos os capítulos se encontram na linguagem e dela dizem, ressaltando aspectos históricos de sua constituição na língua, dos seus contornos discursivos na análise de corpora diversos e nas questões atinentes ao ensino.
PAULA, Maria Helena de. (Org.). Língua e cultura: estudos de léxico em perspectiva. Catalão, Go: DEPECAC/UFG, 2014
Em meio à crescente e inquestionável relevância dos estudos lexicais na área de Linguística, a demonstrar o consolidado Grupo de Trabalho de Lexicologia, Lexicografia e Terminologia, o GTLEX, no âmbito da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística, ANPOLL, em 1986, a presente coleção vem responder a uma demanda de divulgação dos resultados de estudos e pesquisas e, sobretudo, dar visibilidade aos estudos lexicais realizados na Unidade Acadêmica de Letras e Linguística da Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão. Representa, sobremaneira, o esforço de pesquisa da sua organizadora na dinâmica de trabalho no Grupo de Estudos e Pesquisas em História do Português, cadastrado no CNPq e certificado pela UFG, junto aos seus integrantes e a pesquisadores parceiros, vinculados a outras instituições de ensino e pesquisa, como UEG, UNESP, UEL, UFMS, UEMS, com estudos fomentados por FAPs, CNPq e CAPES. A unidade temática da coletânea configura-se no eixo norteador de todos os textos, qual seja, a relação entre língua e cultura, notadamente nos estudos lexicais que se distribuem em dois estudos sobre lexicografia, em especial na relação entre português e francês; um sobre fraseologismos e cultura, na perspectiva da neologia; um sobre toponímia goiana; três sobre lexicologia do português usado em Goiás durante três séculos diferentes e um sobre a necessidade de se considerar o continuum rural e urbano para o estudo do léxico no Centro-Oeste brasileiro.
PAULA, Maria Helena de; FACHIN, Phablo Roberto Marchis (Orgs.). Percorrendo trilhas filológicas: estudos para a história da Língua Portuguesa (em homenagem a Heitor Megale). 1. ed. Goiânia: DEPECAC/FUNAPE, 2010.
A coletânea reúne resultados de pesquisas que tomam a prática filológica como fundamento metodológico e, sob diferentes perspectivas teóricas, investigam aspectos da história da língua portuguesa, tais que: dois capítulos sobre as oscilações sistemáticas da ortografia nos séculos XVII e XVIII na língua portuguesa manuscrita no Brasil; a variação diacrônica de uso das formas ter e haver; análise de percusos do dialeto caipira na região de Capivari-SP; estudos de documentação manuscrita tematizando sobre a escravidão negra na região de Catalão-GO no século XIX; notícias da capitania de Goiás em uma investigação interdisciplinar sobre a organização político-administrativa e sua configuração léxica; estudo acerca da importância das fontes nos estudos linguísticos, sejam com a modalidade escrita atual ou antiga ou com a modalidade oral, cotejando dados manuscritos do século XIX com dados orais atuais na região de Catalão. PERCORRENDO TRILHAS FILOLÓGICAS: estudos para a história da Língua Portuguesa (em homenagem a Heitor Megale) é o resultado de parcerias entre o Departamento de Letras do CAC-UFG e o Programa de Pós Graduação em Filologia e Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo (USP), sob a forma de cooperação em pesquisas do Grupo de Estudos em Filologia da USP (GEFUSP) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em História do Português (GEPHPOR), do CAC-UFG.
Stafuzza, Grenissa (Org.). SLOVO: O Círculo de Bakhtin no contexto dos estudos discursivos. 1. ed. Curitiba: Appris, 2011.
A coletânea SLOVO: O Círculo de Bakhtin no contexto dos estudos discursivos encontra-se no entremeio de palavra e discurso, assim como sugere seu título, SLOVO. A obra reúne pesquisas e diálogos de professores pesquisadores brasileiros e italianos que refletem sobre os escritos de Bakhtin e do Círculo no contexto dos estudos discursivos, seja pelos pressupostos da Análise do Discurso francesa (Pêcheux e Foucault), seja pelos fundamentos da Análise Dialógica do Discurso (Círculo de Bakhtin). Entre tantas palavras configuradas na obra do Círculo, elegemos para o desenvolvimento dessa coletânea algumas, refiguradas, sobretudo, por serem palavras do discurso: a palavra do outro, com Susan Petrilli; a palavra na arte e a palavra literária, com Marco Antonio Villarta-Neder; a palavra do inacabamento, com Maria de Fátima F. Guilherme de Castro; a palavra autoral, com Luciane de Paula, Marina Haber de Figueiredo e Sandra Leila de Paula; a palavra viva, com João Bôsco Cabral dos Santos; a palavra bivocal, com Grenissa Stafuzza; a palavra na vida, com Augusto Ponzio. Assim, é conjugando palavra e discurso, no percurso das palavras do discurso, que essa coletânea ressoa. Ao contemplarmos algumas palavras do discurso nos artigos aqui reunidos, desejamos aos interlocutores de SLOVO – O Círculo de Bakhtin no contexto dos estudos discursivos uma escuta responsiva-responsável, onde o pensamento de Bakhtin e do Círculo possa fazer sentido tanto em seus lugares, como no contexto dos estudos discursivos.
STAFUZZA, Grenissa. Análise do discurso literário: das vozes de Homero em Joyce. 1. ed. Curtiba: Appris, 2011.
O discurso é tomado como lugar de enfrentamento social, de acontecimento histórico enquanto devir, de lutas e combates ideológicos, exclusão e adesão a um “pode e deve ser dito”. O discurso se constitui de dizeres selecionados e ilusoriamente controlados pelo sujeito, pois em seu jogo de dispersão a lógica da adesão a determinadas formações discursivas pode ser desarticulada, talvez pelo sujeito questionar as suas próprias verdades, talvez pela linguagem (des)governá-lo. A obra literária, por sua vez, não pode ser vista como unidade imediata, certa, homogênea, uma vez que a dispersão dos sentidos no discurso literário permite aos seus dizeres apresentarem-se repetidos, sabidos, esquecidos, transformados, apagados, ocultados. Sob essa perspectiva, não se trata de examinar um corpus como se tivesse sido produzido por certo sujeito, mas de considerar sua enunciação como o correspondente de uma dada posição sócio-histórica na qual os enunciadores revelam-se substituíveis. Estabelecemos, portanto, uma análise discursiva das vozes de Homero (Odisséia) em James Joyce (Ulisses), considerando as noções de interdiscurso e heterotropia como regularidades de caráter polifônico, uma vez que a condição primeira de tais processos encontra-se em utilizar a voz do outro para enunciar algo, seja um dito já posto, seja um dito (re)significado. Por outro lado, consideramos que para haver heterotropia é condição preliminar a interdiscursividade, pois, como tomar a palavra do outro para deslocar os sentidos atribuídos sem dialogar com o discurso primeiro? Entendemos que os dizeres de Joyce dialogam com outras vozes, entre as quais estão as de Homero que, em alguns momentos, estão em contínuo deslocamento, sempre alterando o sentido do dito e se impregnando de sentidos outros. Nessa acepção, a interdiscursividade e a heterotropização resultam em acontecimentos polifônicos, quando se fazem ouvir, no discurso joyciano, diferentes vozes, articuladas em sentidos referenciais e, por vezes, antagônicos.
STAFUZZA, Grenissa; PAULA, Luciane (Orgs.). Círculo de Bakhtin: diálogos in possíveis. 1. ed. Campinas: Mercado de Letras, 2011.
Organizada e coordenada por Luciane de Paula e Grenissa Stafuzza a Série Bakhtin – Inclassificável é uma coleção aberta, como a obra de Bakhtin. Trata-se de uma série constituída por diversos pensadores, do Brasil e do mundo. Seus estudos versam sobre a filosofia da linguagem do Círculo de Bakhtin. A finalidade maior é refletir, de maneira coletiva, sobre alguns pontos essenciais dos estudos bakhtinianos, tais como sujeito, cronotopia, dialogismo, gêneros, exotopia, translinguística, plurilinguismo, ideologia, entre outros. Mas, acima de tudo, a proposta é tratar a mobilidade das concepções estudadas e desenvolvidas pelo Círculo e seus diálogos com outras teorias, como o estruturalismo, o marxismo, a semiologia, a semiótica, entre outras; e ainda com diversos campos do conhecimento, tais como a linguística, a sociologia, a psicologia, a educação e a filosofia. Em outras palavras, a Série pretende não classificar os estudos bakhtinianos num dado paradigma. A Coleção se volta para estudiosos da linguagem em geral e para aqueles interessados especificamente nos estudos bakhtinianos. Refletir e propiciar outras reflexões sobre essas e outras questões permeadas pela dialogia é o convite feito por esta coletânea. Por isso, seus livros e capítulos dialogam, numa relação que forma, trans-forma, re-forma, des-en-forma a cultura e a sociedade por meio de nossos nós.
STAFUZZA, Grenissa; PAULA, Luciane (Orgs.). Círculo de Bakhtin: teoria inclassificável. 1. ed. Campinas: Mercado de Letras, 2010.
Organizada e coordenada por Luciane de Paula e Grenissa Stafuzza a Série Bakhtin – Inclassificável é uma coleção aberta, como a obra de Bakhtin. Trata-se de uma série constituída por diversos pensadores, do Brasil e do mundo. Seus estudos versam sobre a filosofia da linguagem do Círculo de Bakhtin. A finalidade maior é refletir, de maneira coletiva, sobre alguns pontos essenciais dos estudos bakhtinianos, tais como sujeito, cronotopia, dialogismo, gêneros, exotopia, translinguística, plurilinguismo, ideologia, entre outros. Mas, acima de tudo, a proposta é tratar a mobilidade das concepções estudadas e desenvolvidas pelo Círculo e seus diálogos com outras teorias, como o estruturalismo, o marxismo, a semiologia, a semiótica, entre outras; e ainda com diversos campos do conhecimento, tais como a linguística, a sociologia, a psicologia, a educação e a filosofia. Em outras palavras, a Série pretende não classificar os estudos bakhtinianos num dado paradigma. A Coleção se volta para estudiosos da linguagem em geral e para aqueles interessados especificamente nos estudos bakhtinianos. Refletir e propiciar outras reflexões sobre essas e outras questões permeadas pela dialogia é o convite feito por esta coletânea. Por isso, seus livros e capítulos dialogam, numa relação que forma, trans-forma, re-forma, des-en-forma a cultura e a sociedade por meio de nossos nós.
STAFUZZA, Grenissa; PAULA, Luciane (Orgs.). Da análise do discurso no Brasil à Análise do Discurso do Brasil: três épocas histórico-analíticas. 1. ed. Uberlândia: EDUFU, 2010.
Esta coletânea traz reflexões sobre a produção teórica da Análise do Discurso no Brasil, o que implica, hoje, na constituição de uma Análise do Discurso do Brasil. Por isso, trabalha com a revisão bibliográfica existente na área, a fim de repensar o quadro da AD de origem francesa produzida no país, ensinada e pesquisada, principalmente, por instituições universitárias brasileiras, a fim de compreender o quadro teórico da AD por meio de sua produção. O livro trata desse arcabouço teórico-analítico construído ao longo da história, no caso específico do Brasil.